terça-feira, 6 de abril de 2010

Tem dias que a gente se sente;
Como quem partiu ou morreu;
A gente estancou derrepende;
Ou foi o mundo então que cresceu;

A gente quer ter voz ativa;
No nosso destino mandar;
Mas eis que chega a roda-vida;
E carrega o destino, pra la;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

A gente vai contra a corrente;
Até nao poder resistir;
Na volta do barco é que sente;
O quanto deixou de cumprir;

Faz tempo que a gente cultiva;
A mais linda roseira que há.
Mas eis que chega Roda-Viva;
E carrega a roseira pra lá;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

A roda da saia, a mulata;
Nao quer mais rodar não senhor;
Nao posso fazer serenata;
A roda de samba acabou;

A gente toma a iniciativa;
Violoa na rua a cantar;
Mas eis que chega a roda-vida;
E carrega a viola, pra lá;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

O samba, a mulata, a roseira;
Um dia a fogueira queimou;
Foi tudo ilusão passageira;
Que a brisa primeira levou;

No peito a saudade cativa;
Faz força pro tempo parar;
Mas eis que chega a roda-vida;
E carrega a saudade pra lá;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

Nenhum comentário: