sexta-feira, 23 de abril de 2010

Retrato Em Branco E Preto... Tinha que ser o Chico.

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór...

Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto?

Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar...

Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar...

Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer...

Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado

Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão!

Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cansei.

Juro, que desta vez, eu cansei...

Vou largar logo a pá, já que meus braços estão cansados de tirar a terra p/ me enterrar...

Preciso me lembrar de que estou viva.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ela disse adeus.
P/ começar uma nova vida.
Disse adeus p/ o que doia e ficou em dúvida do que doia mais...
A admiro, afinal a dor só pára de doer qdo se é tratada.
P/ tratá-la é preciso olhá-la, de frente, a fim de se fazer um curativo decente.
Se ela conseguiu curar-se?
Não sei, a perdi por aí...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Se a paixão fosse realmente um bálsamo, o mundo não pareceria tão equivocado!
Te dou carinho, respeito e um afago, mas entenda eu não estou apaixonada...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Tem dias que a gente se sente;
Como quem partiu ou morreu;
A gente estancou derrepende;
Ou foi o mundo então que cresceu;

A gente quer ter voz ativa;
No nosso destino mandar;
Mas eis que chega a roda-vida;
E carrega o destino, pra la;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

A gente vai contra a corrente;
Até nao poder resistir;
Na volta do barco é que sente;
O quanto deixou de cumprir;

Faz tempo que a gente cultiva;
A mais linda roseira que há.
Mas eis que chega Roda-Viva;
E carrega a roseira pra lá;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

A roda da saia, a mulata;
Nao quer mais rodar não senhor;
Nao posso fazer serenata;
A roda de samba acabou;

A gente toma a iniciativa;
Violoa na rua a cantar;
Mas eis que chega a roda-vida;
E carrega a viola, pra lá;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;

O samba, a mulata, a roseira;
Um dia a fogueira queimou;
Foi tudo ilusão passageira;
Que a brisa primeira levou;

No peito a saudade cativa;
Faz força pro tempo parar;
Mas eis que chega a roda-vida;
E carrega a saudade pra lá;

Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração;